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quinta-feira, 23 de junho de 2022

Como calcular fusos horários?

Os fusos horários formam uma divisão em que o globo terrestre é “fatiado” em vinte e quatro pedaços, com cada um medindo 15º de longitude. Assim, cada fuso equivale à uma hora e, à medida que nos deslocamos entre cada uma dessas faixas, o horário se altera. Os fusos são medidos em GMT, sigla para "Greenwich Mean Time".


Sendo a Terra uma esfera (ainda que não uma esfera perfeita, devido ao seu formato geoide), ela é dividida em 360º, ficando 180º para o hemisfério oeste e 180º para o hemisfério leste. O marco zero, ou seja, o ponto que separa um hemisfério do outro é o Meridiano de Greenwich, conforme podemos observar na figura presente no início do texto.


Dessa forma, à medida que nos deslocamos para o oeste do planeta, temos que diminuir as horas e, à medida que nos deslocamos para o leste, aumentamos o valor da medida dos horários.


Por exemplo: se na cidade de Nova York – localizada no fuso -5GMT – são 8h, na cidade de Brasília – que está localizada no fuso -3GMT, são 10h, pois a capital brasileira encontra-se dois fusos a leste da cidade estadunidense. Observe:


Veja que o deslocamento ocorre em direção a leste


Nesse exemplo, é simples visualizar a diferença de horários, pois nos deslocamos dois fusos em direção a leste, então é só aumentar duas horas. Mas e quando a diferença envolve fusos localizados em uma distância maior ou em hemisférios diferentes? Existe uma maneira ou uma fórmula mais simples de se calcular isso?


Para cálculos mais complexos, recomendamos a realização de três diferentes passos. O primeiro seria identificar os fusos de origem e de destino; o segundo seria calcular a diferença entre eles, já o terceiro seria verificar se os horários deverão ser adiantados ou adiados. Vamos considerar o Exemplo 01 para explicar mais detalhadamente cada um deles.


 


Exemplo 01: uma pessoa encontra-se na cidade de São Paulo, localizada no fuso horário -3GMT, e resolve fazer uma ligação, às 9h da manhã, para um amigo que se encontra em Tóquio, no fuso 9GMT. A que horas o amigo atenderá a ligação?


1º passo: Identificar os fusos. Nesse caso, eles foram fornecidos no enunciado da questão, mas nem sempre isso acontece, como veremos no próximo exemplo. Assim,


Fuso de origem: –3GMT


Fuso de destino: +9GMT


2º passo: calcular a diferença entre os fusos. Basta subtrair o fuso da cidade de destino pelo da cidade de origem. Caso eles se encontrem em hemisférios diferentes, terão sinais diferentes e, inevitavelmente, serão somados.


9GMT – (-3GMT) = 12GMT


 Portanto, a diferença entre São Paulo e o Japão é de 12 fusos, ou seja, 12 horas.


3º passo: verificar se os fusos serão somados ou subtraídos ao horário de origem. Sabemos que a ligação foi realizada às 9h da manhã e que a diferença das localidades é de 12 horas. Mas devemos somar ou subtrair esse horário em relação ao original? Para responder a essa pergunta e finalizar o exercício, basta observar em que direção a ligação está sendo direcionada.


Em direção a leste, soma. Em direção a oeste, diminui.


Assim, como o Japão fica a leste de Greenwich e São Paulo fica a oeste, então somamos:


9h + 12h = 21h – a pessoa atendeu a ligação em Tóquio às 21 horas.


 


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Vamos resolver, agora, o exemplo 02. Nele, não serão fornecidos os fusos, mas as longitudes. Além disso, faremos um deslocamento, cuja duração deverá ser levada em conta.


Exemplo 02: José Carlos atualmente mora e trabalha na cidade de Roma, localizada a 15º a leste do Meridiano de Greenwich. Certo dia, ele resolveu ir para o Brasil, na cidade de Brasília, visitar a sua família, a 45º de longitude a oeste de Greenwich. Saindo da Itália às 15h e com um tempo de viagem de 11h, ele chegou ao seu destino em que horário?


1º passo: identificar os fusos. Aqui, os fusos não estão expressos no enunciado, então teremos que calculá-los. Como afirmamos no início do texto, cada fuso possui 15º de longitude. Dessa forma, para transformar as longitudes em fusos, basta dividi-las por 15.


Cidade de origem: 15º ÷ 15 = 1GMT


Cidade de destino: -45º ÷ 15 = -3GMT


2º passo: calcular a diferença entre os fusos. Agora basta repetir o mesmo procedimento do exemplo 01, diminuindo o fuso de destino pelo fuso de origem.


-3GMT - 1GMT: -4GMT


Portanto, a diferença entre o local de origem e o local de destino é de 4 horas.


3º passo: verificar se somamos ou diminuímos os fusos. Como José Carlos está se deslocando do leste em direção ao oeste, então devemos diminuir os fusos em relação ao horário de origem. No entanto, não podemos nos esquecer de somar o tempo de viagem, que é de 11 horas. Assim,


15h (hora local de partida) – 4h (diferença entre os fusos) + 11h (tempo de viagem) = 22h


Portanto, José Carlos chegou a Brasília às 22h.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Primeira Diáspora Grega

 Durante o período que conhecemos como Civilização Minoica, que se desenvolveu na Ilha de Creta, localizada no Mar Egeu, ocorreram diversas invasões de povos indo-europeus. Os aqueus foram os primeiros a invadir Creta, seguidos pelos jônios e os eólios. Porém, a invasão mais violenta deu-se por parte dos dórios. A chegada dos aqueus e seu domínio sobre a região marcaram o início da Civilização Micênica. Tanto a Civilização Minoica como a Micênica foram marcadas pelas atividades no mar, especialmente o comércio via navegação e a prática da pesca, que até hoje marca a gastronomia mediterrânea. Entretanto, com a invasão dórica na Civilização Micênica houve uma significativa crise que acabou com muitas das práticas e dos avanços alcançados até então. Inicialmente acreditava-se que tinham sido os únicos responsáveis pela destruição da região, entretanto, atualmente entende-se que uma conjunção de fatores levou à crise que atingiu a região, como fatores climáticos, por exemplo.


A civilização micênica foi marcada pelo comércio e pela navegação. Com a invasão dórica e a consequente destruição da civilização estas atividades diminuíram consideravelmente. Como a população estava em pleno crescimento, foi preciso sair em busca de alternativas para sobrevivência. Assim, homens e mulheres fugiram em massa para outras regiões, espalhando-se pelas Ilhas do Mar Egeu e pela Ásia Menor. O acesso aos rastros da Civilização Micênica é bastante difícil. Pesquisadores acreditam na existência de construções e palácios micênicos, mas entendem que houve uma conjunção de fatores que ocasionaram no fim desta civilização. Dentre eles estão as invasões dórias, um dos povos indo-europeus que dominaram a região e usaram da violência para exercer seu domínio, além de desastres naturais como terremotos que podem ter ocorrido no período.


A Primeira Diáspora Grega foi marcada pelas invasões na Hélade. Entre 1500 e 1150 a.C. ocorreu o florescimento da Civilização Micênica. Os invasores dórios foram responsáveis por uma nova organização e divisão social na região. Eram os genos, divisão das terras em pequenas propriedades familiares com a produção voltada para a subsistência. Entretanto, como a população tinha atingido um nível considerável de crescimento, as terras disponíveis não eram suficientes para todos. Isso ocasionou em uma profunda desigualdade social pois as famílias mais próximas aos chefes locais eram recompensadas com as terras mais férteis, enquanto as famílias com menor influência entre o poder local encontravam sérias dificuldades para sobreviver. Os proprietários de terra detinham também o poder político, enquanto os demais membros da sociedade lutavam para sobreviver.


Enquanto a população aumentava, mais pessoas passavam por dificuldades em sobreviver. Assim, o fluxo migratório em busca de terras férteis se intensificou. Ao procurarem se estabelecer em um novo local, enfrentavam conflitos para conquistar e ocupar as novas terras. Entre os séculos IX e VIII a.C. as terras eram insuficientes para a agricultura, enquanto os aristocratas concentravam as terras consigo. Os camponeses, por sua vez, trabalhavam para os aristocratas em suas terras e as dívidas eram bastante comuns. Por vezes o camponês acabava escravizado. Foi esta relação que entrou em colapso fazendo com que homens e mulheres saíssem em busca de novas terras e melhores condições de vida, caracterizando a primeira diáspora grega. É preciso lembrar: a história da humanidade, deste a antiguidade, foi marcada pela migração, que ocorre até os dias atuais entre diferentes nações.


FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.


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