O hipérbato é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem.
Ordem natural dos termos da oração: sujeito + predicado + complemento.
O hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da frase.
Anástrofe e Sínquise
A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e que pode prejudicar o entendimento do período.
Hipérbato e Anacoluto
Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira repentina a estrutura da frase.
Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.
Hipérbato na Música
O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise abaixo os trechos:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”
“E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”
Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.
Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse instante.
Hipérbato na Literatura
O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literária.
“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)
Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.
“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo saudade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)
Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.
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